quarta-feira, 13 de abril de 2011

Episódio 1

Se algumas vez acreditei que algumas coisas eram impossíveis de explicar e duvidei da própria razão foi porque eu própria nunca me senti normal, sentia-me excluída deste mundo que me rodeava, este não era o meu mundo... -Alice acorda!

Abri os olhos, já tinha acabado a aula de História e apenas estavam na sala a Kris e a Mary estáticas sussurrando piadas devido à minha embaraçosa situação.

-Dormiu bem...a História dá soninho não dá? -Disse a Kris sarcasticamente

-Podes crer que dá. O que é que demos na aula?

- Apenas corrigimos os T.P.C e tivemos a tratar do jardim, fica descansada. Mas o que se passa, a Kris é normal adormecer mas agora tu, o que se passa? - Perguntou a Mary com um ar curioso

- Não ando a dormir bem ando a ter uns sonhos estranhos

- Não me digas que são sonhos perversos com o idiota do David?

- Essa ofendeu, é claro que não ando a ter sonhos perversos com aquele parvo ando a ter sonhos...

- Não queria interromper a nossa conversa mas estou a morrer de fome, podíamos ir comer - disse Mary

-Está bem esfomeada, esperemos que não morras pelo caminho - disse Kris sarcástica como sempre

Percorremos o longo corredor até à cantina, este tinha uma construção antiga, as paredes forradas de azulejo com uma pintura que não conseguia descrever. Este normalmente estava cheio, com os alunos a comentar as fofocas da escola, enfim coisas idiotas. O aroma frio a suor misturado com o aroma de poluição que vinha da entrada do portão da escola incomodava o meu nariz que ainda não se tinha habituado a este cheiro.

Ainda não disse nada sobre a Kris e a Mary, bem o que posso dizer é que foram as primeiras pessoas que conheci quando aqui cheguei, sempre muito amáveis comigo, tornando-se, assim as minhas melhores amigas, por assim dizer.

A Kris tinha os olhos cor de mel, o cabelo castanho claro curto, sempre com o seu ar seguro e um pouco cómica, gostava de andar sempre a pisar o risco, deixando-se muitas vezes levar pela adrenalina, que isto lhe dava. Penso muitas vezes que gostava de ter aquela segurança que ela transmitia, posso até dizer que tinha inveja daquela sensação. Ah já me esquecia ela não era bem portuguesa, ela tinha vindo de Nova Iorque, a cidade que nunca dorme, ainda pergunto-me porquê que veio para Portugal, mas por outro lado ainda bem, assim não a teria conhecido.

A Mary tinha uns cabelos castanhos-escuros encaracolados, os seus olhos castanhos-escuros, eram quase confundidos com preto, faziam-me lembrar o chocolate, mas o contrário da intensidade dos seus olhos, ela era muito tímida e por vezes demasiado crente, o que fazia ser extremamente influenciável, mas esta tinha um bom coração o que fazia que tivesse sempre bons amigos.

E por fim eu, o que posso dizer! O meu cabelo liso e comprido, por vezes cheio de jeitos, o que me irritava, era castanho claro, os meus olhos eram acinzentados, como a cor de nevoeiro, estava sempre a tentar ser simpática para os outros, desde que eles fossem comigo. Não suportava pessoas irritantes, mesquinhas, que só se metem na vida dos outros.



2 comentários: