Sempre fui uma pessoa normal, sem segredos ou choros, aprendi a ser dura e controlar o que sentia.
Por vezes fui emotiva e outras vezes não mostrei qualquer sentimento ou remorso.
Penso que o meu passado me tornou um pouco assim … penso que perdi a inocência quando comecei a sofrer de bullying.
Acho que é primeira vez que tenho coragem de contar a alguém ou sequer escrever o que passava mas agora está no tempo de deixar isto para trás pois isto tem de me parar de assombrar.
O passado assusta-me mais do que o futuro.
1º ano
Penso que foi neste ano que tudo começou. O pesadelo começou !!!
Tudo começou ai. Eu sempre fora muito certinha e no jardim-de-infância todos gostavam de mim. Era a querida, a fofa mas com a entrada no primeiro ano, tudo mudou comecei-me a revoltar pois tive uma professora que me infernizava a vida e que fazia com que os outros miúdos também o fizessem.
Não percebia o porquê, lembro-me de chorar e de querer mudar aquilo mas não tinha o poder de o fazer, afastei-me, exclui-me mas o que apenas fez foi que aquilo piorasse.
Fui espezinhada, deram-me pontapés, estalos e acertavam-me com cordas de saltar.
2º ano
Passado um ano infernal e após as férias de Verão voltei… Ninguém sabia o que se passava mas começara a ficar agressiva e a afastar das pessoas .
Tinha medo, posso mesmo dizer que estava aterrorizada, eu voltar para o inferno que era a escola para mim.
Isolei-me dos outros e como escape acabei por me viciar na televisão pois era um mundo de escape. O meu primo passava muitas horas comigo e era quase um irmão mais velho para mim e foi nele que pela primeira vez descarreguei em alguém pois cheguei a um estado em que não suportava mais a pressão e atirei-lhe com o comando da televisão à cara após uma discussão pelo comando devido ao canal de televisão e senti-me mal ainda hoje me sinto mal pelo que fiz mas naquela altura já tinha desabado.
Ninguém percebia o que fazia.
Este ano as agressões físicas tinham abrandado mas começara a segunda parte mas esta eu não me conseguia defender de qualquer maneira .
